Capitulo 2 - Ida para Itajubá

     José Firmino e Divina, também queriam adquirir suas terras. E foi na Fazenda São Bento,  no município de Itaberaí, próximo a um povoado conhecida por Capelinha, onde adquiriram este tão sonhado terreno no ano de 1938.

 Em 1939 o sogro de José Firmino, Guilhermino Pereira, também comprou uma fazenda em no município de Itaberaí, para onde mudou com toda sua família. 

 Já estando morando em suas terras, no dia 13 de setembro de 1939, outro grande dia, nasceu seu terceiro filho, Jair José de Oliveira. Seus padrinhos de batismo foram seu avô Guilhermino Pereira da Silva e sua terceira esposa Guaraciaba. E de representação sua tia, irmã de sua mãe, a Maria Conceição, de apelido Salía. Seus padrinhos de crisma foram sua tia Leopoldina "Fia" com seu marido  Juca Pedro, ela também irmã de sua mãe. 
   Em 1940 tudo estava correndo muito bem. Já tinham sua fazenda e  algumas cabeças de gado. A família aumentando e crescendo. Porém estavam com muita saudade dos parentes que tinham ficado em Minas Gerais. Além do mais, seu irmão, João Firmino tinha se casado com sua prima Sebastiana Aurora, filha de tio Augusto, irmão de seu pai.  
   Em julho do mesmo ano, foi o grande mês do retorno para rever todos, levar os filhos que tinha nascido em Goiás para os parentes conhecerem e crismar o filho João. Seus padrinhos foram seus tios Antônio Firmino e Zizelda.

Antônio Firmino e Zizelda

    Quando lá chegaram foi uma grande festa para todos da família, tanto os parentes de José Firmino como também os da sua esposa Divina.   No final do mês ia ser o retorno, mas antes foi visitar o jovem casal João Firmino e Sebastiana. João e Sebastiana estavam com um pequeno comércio na Cidade do Carmo. José Firmino, achando muito sem futuro aquele trabalho fez um convite aos dois de vir também para Goiás. O convite foi aceito e em setembro do mesmo ano eles mudaram.
 
   Quando João Firmino e Sebastiana chegaram em Goiás, seu irmão José Firmino, já estava com a moradia pronta e preparando um local para ele fazer a sua roça.

    Foram muito bem sucedidos. O sucesso foi tamanho. No ano seguinte, além da boa colheita de mantimentos, em 14 de julho de 1941 estava chegando o primeiro filho de João Firmino e Sebastiana, o Aldo João da Silva. Foi batizado no dia 20 do mesmo mês e teve como padrinhos de batismo José Firmino e Divina,  e de representação uma vizinha que era goiana, a jovem Ondina, filha de um grande fazendeiro da região, o senhor José Mendonça e dona Clotilde. O celebrante do Batismo foi o Padre Alexandre da Paróquia de Anicuns do estado de Goiás.

   O motivo de ter sido batizado no sétimo dia de nascido foi pelo fato do celebrante estar de visita a uma capela próximo de onde ele nasceu. Neste local ele dava assistência a capela e os moradores mais próximos de tempos em tempos.

   Em Itaberaí tudo continuava muito bem, o patrimônio das famílias aumentava cada dia mais. Também em Anápolis, na fazenda Pindobal, a família de sua irmã, Firmina e José Pinto tinha aumentado.  Os que tinham vindo de Minas em 1937 já estava grandinhos e tinha aumentado mais dois filhos.

   Em 6 de janeiro de 1938 tinha sido o grande dia para aquela família, nascia o quarto filho, e sendo um rapaz,  Manoel Pinto de Oliveira. Em 9 de fevereiro de 1940 nascia mais uma moça, o quinto e ultimo filho do casal, Gessi Alves de Oliveira, seus padrinhos de crisma foi a Maria Quirino e José Quirino.

   Todos viram como Goiás estava sendo bom para todos das famílias.
  Em 30 de agosto de 1942 o casal José Firmino e Divina ganhava mais uma filha, Maria Conceição de Oliveira.

Seus padrinhos de batismo foram seus tios Firmina e José Pinto. Seus padrinhos de crisma foram Dona Maria e seu esposo o senhor Boaventura, filho de Manoel Anselmo.
 

José Firmino, Divina e os quatro primeiros filhos
   
   Também neste ano, Firmina e José Pinto, mesmo tendo tido muito sucesso e alegrias em sua fazenda Pindobal no município de Anápolis, estavam se sentindo muito só com seus filhos distante de todos os parentes.

 Tiveram uma grande oportunidade. Surgindo um bom negocio, vender a fazenda e no negocio entrando um carro de boi. Mudaram também para Itaberaí aonde estava morando José Firmino, João Firmino e varias outras famílias mineiras que também já tinha mudado para lá. Após a primeira visita feita por José Firmino em Minas, isto em 1940, muitos outros mineiros de sua região também passaram a mudar para Goiás,  indo morar na região de Itaberaí.
   Mas nem todos poderiam comprar fazenda nesta região. O motivo era que o terreno estava muito valorizado. José Firmino era um homem que não pensava só nele, mas também em sua família mais próxima. Queria de uma forma ou de outra ajudar todos os parentes e também os conhecidos. Ele tinha preocupação com todos. Pensando nisso surgiu outra grande oportunidade para todos que lá moravam. A região de Itajubá era conhecida por muitos por ser onde existiam muitos garimpos nas bacias dos rios Pilões e Rio Claro. Estes garimpos já estava sendo  explorados desde 1745. Mas como fazenda não era explorada. As terras ainda estavam baratas.

Em Itajubá já estavam morando dois mineiros. Antônio Galvão e a esposa Dona Divina que tinha uma irmã, Maria Luiza de Jesus, casado com o Jorge Pereira da Silva de apelido Jó, irmão da Brasilina Rosa de Jesus, a sogra de José Firmino. 

  Também tinha o José Quirino, que era primo de Manoel Anselmo. Pelo motivo de José Firmino e Manoel Anselmo já ter conhecidos em Itajubá prontificaram a ir até o local. Junto com eles foi, Julinho para lhes acompanhar. Julinho um jovem muito esperto que estava indo só para lhes acompanhar. Julinho era afilhado de Manoel Anselmo.

    Foi uma ótima viagem, muito produtiva, foram muito bem recebidos pelas famílias, procuradas inclusive pelo chefe político da região Israel de Amorim. Teve apenas um pequeno contra tempo, a mula do Julinho adoeceu e teve que ser substituída por um cavalo que foi resolvido com  o sr. Antônio Galvão. A viagem sendo muito produtiva já deixaram lugar demarcado para suas novas moradias.

   "Itajubá teve sua origem, oficialmente, na fundação do Arraial de Pilões, na margem direita do Rio Claro, em 1748. Nessa ocasião, não passava de uma guarnição militar dos Dragões Reais policia Real. A policia real portuguesa, que sediava a empresa de exploração de diamantes, locada pelos irmãos Felisberto e Joaquim Caldeira Brant, empresários paulistas que já mineravam em Goiás desde 1735, nas lavras de ouro. 

    Pilões foi começando com a construção de uma bela igreja em estilo colonial, sede da Paróquia do Senhor Jesus do Bom Fim, do Quartel da Guarda Real e de alguns casarões, além de um monte de ranchos dos garimpeiros. 
   Nessa época Pilões teve seus dias de glória. Seu nome atravessou o Atlântico e foi conhecido até pela Corte em Lisboa, onde ainda hoje estão guardados muitos de seus documentos nos Arquivos Históricos de Torre do Tombo.
   Pilões foi também sede do representante itinerante da Capitania de São Paulo,  durante 1748,  quando veio demarcar as frentes de serviços para a empresa Brant.
   
   Foi em 1748 que Dão João Rei de Portugal por decreto desmembrou Goiás da capitania de São Paulo, elevando a uma capitania autônoma.
   Porém somente a partir do dia 09 de novembro de 1749, quando foi oficializado a instalação da capitania de Goiás com a posse do primeiro governador Dom Marco de Noronha. 

 Depois desse primeiro momento das explorações do ouro e diamantes, Pilões passou a ser um entreposto comercial entre Vila Boa de Goiás e Cuiabá. 

 Ainda no Império, por Decreto provincial de 5 de julho de 1833, foi elevado a Distrito de Vila Boa, com nome de Rio Claro, e a igreja teve o nome mudado para Paróquia de Nossa Senhora do Rosário. O povoado permaneceu como Rio Claro até ser transferido para as margens do córrego Tamanduá, pelo Decreto-lei 557, de 30 de março de 1938, com o novo nome de Itajubá, oficializado pelo Decreto-lei 1.233, de 31 de outubro do mesmo ano, e posteriormente rebatizado por Iporá (“Águas Claras”, em linguagem indígena), pelo Decreto-lei 8.305, de 31 de dezembro de 1943. Impulsionado pelos  imigrantes que passou a explorar a agricultura e a pecuária, Iporá desenvolveu rapidamente." 

"BIOGRAFIA: Uma viagem no tempo de Pilões a Iporá - Prof. Moizés Alexandre Gomes."
                        "Wikipedia Iporá"

  
Quando eles, Manoel Alselmo, José Firmino e Julinho retornaram da viagem foram logo comunicando como tinha acontecido.

José Firmino, não mediu esforços, vendeu sua propriedade e junto outros forma preparando a nova mudança

   Em julho de 1943 partiu a primeira caravana mudança.

  O primeiro grupo foi com quatro carros de bois,  José Gonçalves com toda sua família, filhos e genros. Eles foram  com dois carros de bois sendo um seu e o outro de seu concunhado Manoel Anselmo, ficando combinado que eles voltariam para a segunda caravana o mais rápido possível.


 No carro de José Gonçalves, foi ele o carreiro juntamente com os filhos e genros. No carro de seu concunhado o carreiro  foi o seu sobrinho João Anselmo,  tendo como candeeiro o Manoel, neto da dona Leocádia. Nos outros dois carros, um de José Firmino,  sendo ele o carreiro e o outro de seu cunhado José Pinto,  o carreiro sendo o senhor José Juca. Todos estavam sendo acompanhados por suas famílias, esposas e filhos.

   Os carreiros e candeeiros eram revezados com os adultos que fazia parte das mudanças. Os carros eram ocupados pelas poucas coisas que estavam sendo levadas e também pelas crianças. As mulheres com crianças de colo acompanhavam os carros, hora no carro ou em montarias a cavalo. Nestes quatro carros estava tudo que as famílias achavam necessário na nova moradia. Foram varias famílias que fizeram parte nesta primeira caravana, José Gonçalves com toda sua família, José Firmino, João Firmino e Sebastiana. Sebastiana estava no oitavo mês de gravidez de seu segundo filho.

  Foram vários dias de viagem, não tinha uma estrada direta, seguiam passando por algumas fazendas, já existente ao longo de toda a trajetória.
  Chegando ao destino final foi hora de preparar as novas moradias.
 
Todos foram morar na fazenda Tamanduá. José Firmino foi morar um pouco mais a cima, na margem esquerda de Córrego Seco.

  José Gonçalves foi morar na divisa da Cachoeirinha com o Córrego Seco, que ainda é de seus descendentes. Abraão, genro de José Gonçalves, e também José Juca, foram morar na mesma fazenda próximo um do outro, seguindo a margem direita do Córrego Seco. José Pinto foi morar na margem esquerda do córrego Cachoeirinha,  onde até hoje é de seu filho Manoel Pinto.
  João Firmino foi morar na Fazenda do Senhor Antônio Galvão,  onde em 02 de Agosto de 1943 nascia o segundo filho, a Maria Madalena "Nenzica", e sendo a primeira criança a nascer na nova moradia.


  Tinham ficado para trás Manoel Anselmo, com parte de sua família e outras famílias. Os filhos de Manoel Anselmo, João Domingues de Araújo "João Anselmo", que foi um dos carreiros da primeira caravana. Seu s irmãos, o Boaventura Domingues de Araújo, Josino e Juquinha também vieram na primeira caravana.

   O João Anselmo, que era um dos carreiros, voltou para ajudar na outra caravana. Os outros filhos de Manoel Anselmo, ficaram para fazer a casa e  a roça na fazenda Buriti.
  Boa Ventura, que entendia de carpintaria, contribuía na construção de todas as casas a ser construídas. Ele construiu  inclusive a de seu pai. Enquanto seu irmão João Anselmo, seu candeeiro Manoel da Fia da Leocádia,  seu tio, José Gonçalves, tendo como candeeiro o filho Zeca  voltaram com os carros de bois, para buscar o restante das famílias que tinham ficado.
  Estavam  também outros que não eram mineiros, mas também estava acompanhando os mesmos para a nova terra. Não era tão longe, mas gastavam vários dias de viagem, não tendo estrada certa, vários rios e não tendo pontes.
  As criações de gado e a tropa de montaria ficaram para trás. Depois de acabar de preparar todas as roças e plantios, foi à época de buscar o gado e a tropa, formaram vários cavaleiros.  Foi uma festa. Foram vários dias de viagem de ida e volta. Quando chegaram com todas estas criações, estava assim concluída toda transferência daquelas famílias de mineiros vindo de Itaberaí para Itajubá.
    Chegando a Itajubá uma cidade recém-iniciada e sendo uma grande caravana, o chefe político da cidade, Israel de Amorim, foi até eles e todos que poderia adquirir sua terra, ele lhes vendeu. Os que não compraram foram morar nas terras dos que compraram, porque todos consideravam ser da mesma família.

Fonte: A maior parte destes relatos foi passado por João Anlselmo, que foi um dos que mais participou de tudo. Sendo ele carreiro nestas mudanças, começando com a do José Pinto, quando mudou da fazenda Pindobal em Anápolis para a fazenda São Bento. Em 1942 e em todas duas viagens com os carros e a buscada das criações e a tropa que tinha ficado lá na Fazenda São Bento. 

João Anselmo já faleceu porém sua esposa, a dona Lilia, filha do sr. José Quirino e os filhos e netos em 2016 continuam morando em Iporá